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Publicado em 26/08/2015


Imagem da autora Liz Missaci Liz Missaci
Designer & Ilustradora
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HISTÓRIA DA ESCRITA À TIPOGRAFIA - PARTE 1.

Conhecer o porque da existência de coisas, entender a realidade e necessidades das pessoas em épocas passadas auxilia muito quando se quer entender a fundo um determinado assunto e até mesmo criar com base em algo já existente, por isso resolvi escrever esse "breve" artigo (risos) que dividirei em duas partes para contar um pouquinho sobre história e como chegamos ao que temos hoje.

PRÉ-HISTÓRIA: 160.000 À 4.500 A.C.

O período pré-histórico inclui todas as fases das atividades do homem com a prioridade de desenvolvimento da escrita e criação das primeiras cidades.

Os primeiros indícios da necessidade de se comunicar por meio da escrita aconteceram ainda na história glacial em Altamira (Espanha), entre 16.000 e 12.000 a.C., os homens pintavam nas cavernas situações do dia a dia, por exemplo: cenas de caça. Somente milênios a frente (entre 5.500 e 2.300 a.C) com o surgimento de civilizações complexas na Mesopotâmia e Egito é que o método de escrita e a transmissão de informações finalmente começou.

MESOPOTÂMIA: 3.700 À 332 A.C.

Entre 3.500 e 3.200 a.C, os sumérios desenvolveram a escrita cuneiforme. Originalmente derivada de pictogramas, os caracteres eram desenhados através do abstrato: ideogramas, fonogramas e outros fatores determinantes. Usando materiais de madeira em forma de cunha, os escribas pressionavam os caracteres em tabuletas de argila mole que depois eram secas e cozidas, por esse motivo foram preservados muitos documentos daquele período.

EGITO ANTIGO: 3.150 À 332 A.C.

Entre 3.000 e 2.665 a.C., o rei Menes foi creditado por inventar a escrita e unificar o império, a essa escrita foi dado o nome de hieróglifos, os hieróglifos eram inicialmente usados para marcações em túmulos e templos.

Com o passar dos anos e com a criação do papiro em 1.520 a.C. a escrita começou a ser pintada o que tornou os hieróglifos mais bonitos e facilitou o transporte. Devido a quantidade muito grande de hieróglifos criados (mais de três mil), esse tipo de escrita foi extinguido.

FENÍCIOS: 1.200 À 539 A.C.

Os fenícios sobreviveram ao domínio de vários impérios e dominaram o comércio na Mesopotâmia. Devido a manterem contatos comerciais com diferentes povos, sentiram a necessidade de facilitar a comunicação, e fundaram o alfabeto fonético que, entre 1.200 e 730 a.C., viajou por toda a sua rede que conectava povos da Inglaterra à Grécia. O alfabeto que criaram era composto por 22 sinais que foram aperfeiçoados e originaram o alfabeto grego.

GRÉCIA ANTIGA: 1.500 À 146 A.C.

O alfabeto grego foi criado por volta do ano 800 a.C. a partir da adaptação do alfabeto fenício e é utilizado até hoje no grego moderno e em algumas ciências como Matemática, Física e Astronomia. Esse alfabeto era composto de 24 letras - vogais e consoantes.

ROMA ANTIGA: 753 A.C. À 395 D.C.

O alfabeto romano-arcaico foi criado por volta de 300 a.C. baseado indiretamente no alfabeto grego, esse alfabeto possuía cerca de 21 letras - vogais e consoantes - todas escritas em letra maiúscula.

Inicialmente as letras romanas eram escritas sem acabamentos terminais, porém com o aperfeiçoamento das ferramentas para talhar a pedra, é que surgiram as terminações designadas serifas ou patilhas. Importante ressaltar que as letras romanas apresentavam também contrastes de grossura.

Somente anos mais tarde, com o surgimento da escrita cursiva é que passou a se usar as letras minúsculas. A letra cursiva surgiu da necessidade de acelerar a escrita de alguns documentos, para evitar problemas de legibilidade as letras ganharam hastes ascendentes e descendentes.

IDADE MÉDIA: 476 À 1.453 D.C.

Na Idade Média começaram a surgir uma série de diferentes tipos de fonte. Nesse período existiu uma presença marcante dos monges copistas que escreviam e copiavam manualmente os livros, foi na Idade Média que surgiram diferentes tipos de fontes, muito diferentes das utilizadas na Roma Antiga, cursivas, ornamentadas, pois para eles a escrita empregada na Roma Antiga era considerada pagã.

Os títulos bem como as letras que iniciavam uma página ou capítulo eram enfeitados ao extremo de forma bastante variada: com figuras humanas (antropomórfica), motivos animais (zoomórficas) ou até mesmo ornamentos baseados nos entrelaçados irlandeses.

A medida que os manuscritos foram aumentando, crescia também a necessidade de tornar a escrita uniformizada, inteligível. A letra minúscula foi a melhor opção para atingir esse objetivo.

Por volta do século XI foi criada a fonte gótica. No século XV percebeu-se que a fonte gótica tinha melhor aplicação em textos litúrgicos e então foi desenvolvida uma fonte mais condizente com a simplicidade requerida pelo uso diário: a bastarda.

ALGUMAS CURIOSIDADES

  • Os chineses e japoneses escrevem da direita para a esquerda e em colunas.
  • Os árabes também escrevem da direita para a esquerda, porém em linhas de cima para baixo.
  • O grego antigo era escrito em linhas alternadas: a primeira linha da direita para a esquerda, a segunda da esquerda para a direita invertendo a direção das letras e assim por diante.
  • Os romanos instituíram a a escrita da esquerda para a direita em linhas, essa forma vigora até os dias atuais em nosso alfabeto.

Espero que tenham gostado do artigo! E até a SEGUNDA PARTE! :)

REFERÊNCIAS:

CRÉDITOS PARA AS IMAGENS: